University of St Andrews and Oregon State University. Pesquisa sugere o limite de absorção de CO2 do Oceano Antártico.

University of St Andrews and Oregon State University. Pesquisa sugere o limite de absorção de CO2 do Oceano Antártico.

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Hoje é quarta-feira, 22 de maio de 2024.

Equipe de pesquisadores internacionais realizou análises químicas detalhadas de gelo antigo perfurado na Antártida, revelando mais sobre o impacto humanas das emissões de gases de efeito estufa.

Amostras de gelo antártico acumuladas ao longo de centenas de milhares de anos foram coletadas através da perfuração de amostras de até 3,2 km de profundidade.

Como o gelo contém gases atmosféricos presos em bolhas de ar congeladas, os cientistas puderam rastrear elementos e construir registros de como era o clima no passado.

O dióxido de carbono, ou CO2, é um gás que ocorre naturalmente na atmosfera sendo também conhecido como gás de efeito estufa, por seu efeito no aquecimento do clima. No passado, os níveis de CO2 flutuavam em ciclos.

O padrão geral observado foi de fato que estes saltos ocorreram ao longo de intervalos de frio no Atlântico Norte, conhecidos como eventos Heinrich.

Um evento Heinrich é um fenômeno natural no qual grandes massas de icebergs se desprendem do manto de gelo da América do Norte (Laurentide) e acabam no Atlântico Norte. Descritos pela primeira vez pelo geólogo marinho Hartmut Heinrich, eles ocorreram durante cinco dos últimos períodos glaciais nos últimos 640.000 anos (fonte Wikipedia).

Cada evento Heinrich coincidiu com um aumento abrupto no CO2 atmosférico e com o aquecimento na Antártica. Em termos climáticos, provavelmente devido à mudança dos ventos de oeste, que provocam uma maior libertação de CO2 do Oceano Antártico.

De acordo com esta nova investigação, na maioria dos aumentos naturais o CO2 foi de cerca de 14 partes por milhão em ciclos de 55 anos, além de “pulos” a cada 7.000 anos aproximadamente.

Mas na velocidade atual do aumento de CO2 atmosférico, o ciclo será de apenas 5 a 6 anos. E isso é sério.

Segue um resumo – e alerta futuro – baseado do capítulo Discussion da pesquisa:

  • Amostras de gelo revelam saltos periódicos nos níveis atmosféricos de CO2 que são sincronizados com saltos nas concentrações atmosféricas de CH4

  • O sincronismo destes saltos pode ser explicado por um deslocamento para o sul da Zona de Convergência Intertropical em resposta aos eventos de rafting no gelo do Atlântico Norte, que em última análise levam a um aumento dos ventos de oeste do Hemisfério Sul em direção aos pólos.

  • O aumento da pressão eólica impulsiona o transporte vertical e da ventilação das águas profundas no Oceano Antártico, resultando numa rápida libertação de gases como o CO2, a uma taxa de crescimento de até 14 ppm em ciclos de cerca de meio século.

  • Outros mecanismos potenciais, incluindo a libertação de CO2 a partir de sinks terrestre, não podem ser desconsiderados, podendo ter ocorrido em paralelo com as mudanças no Oceano Antártico.

  • A taxa e a magnitude dos aumentos de CO2 demonstrados neste estudo indicam os limites naturais do ciclo do carbono atmosférico, mesmo durante mudanças climáticas abruptas, e portando indicam cautela com o que se observa atualmente quanto ao enfraquecimento do Oceano Antártico em termos da capacidade de absorção de CO2, em especial com mudanças dos ventos de oeste do Hemisfério Sul.

E na imagem abaixo para a pesquisa propriamente dita, de Kathleen Wendt et al. titled “Southern Ocean drives multidecadal atmospheric CO2 rise during Heinrich Stadials” e publicada na edição de 21 de maio de 2024 do PNAS Proceedings of the National Academy of Sciences.

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